segunda-feira, janeiro 29, 2007

O Amor e a Flecha.


Contraditoriamente, ve-se muitas vezes associada ao Tema do Amor a imagem de Cupido lançando setas, flechas...
E um esteriotipo. Designou-se, institui-se esta representaçao iconica. Mas, existem diferentes representaçoes/ interpretaçoes para uma mesma realidade. O verdadeiro Amor e aquele que nao lança setas. E um amor nu. Que aparece vindo do nada, aparece sem pedir. E evidente que tem diversas manifestaçoes, que as setas visam atingir um objectivo e so usa setas quem nao sabe esperar pela magia, pelo encanto das sementes lançadas a terra.
Toda a semente lançada com amor dara flores e frutos.
Ja Miguel Torga dizia: "Nao regues a raiz do que nunca teve flor".
O Amor existe sem tempo. Quem pretender mesurar o amor passara por ele sem o ver, sem o sentir.
O verdadeiro Amor aparece sem rugas porque um rosto com rugas e um indicio de insatisfaçao, todas as queixas da vida aparecem personificadas no rosto. Quem tem queixas da vida, nao ama.
Tudo o que vai, directamente, como uma flecha percorre atalhos, para ir depressa e tudo o que vai depressa sufoca o outro, e uma mensagem distorcida.
O Amor e a mais bela mensagem, merece contornos multiplos capazes de ilustrar a sensibilidade da sua grandeza. Por isso, ele deve manifestar-se, lentamente, de forma humilde, serena e calma...
Porque e que o Amor e representado por imagens e nao por odores?
So as pessoas especiais conseguem sentir o cheiro do Amor e associa-lo ao perfume da mais bela flor. So toda a pessoa que vive desapegada, sem constrangimentos e capaz de avaliar a verdadeira dimensao do Amor.
Quem espera sem exigir, quem partilha a melodia nocturna e dança com os anjos, tendo as estrelas como companheiras e a lua como anfitria, quem fica num estado de aceitaçao, recebe e acaricia tudo com Amor.
O Amor e uma aresta de felicidade que se manifesta com um aroma perfeito e doce nos maiores momentos de descontracçao. Onde nao ha apegos mundanos, ha Amor.
O Amor para existir tem de manifestar e expressar, livremente, a sua flexibilidade no ser e no sentir.
A vida lança uma chuva de flores aqueles que recebem o amor de maos abertas, sem apegos.
O verdadeiro Amor sabe manter-se de pe, mesmo quando caminha sobre as aguas.
Podemos ter roupas belas e exuberantes, verdadeiras peças unicas mas os mais belos abrigos podem nao aquecer o coraçao, a sede das emoçoes. Mais vale andar despida, nua, caminhar descalça, sentir a dor das pedras durante o caminhar e com um coraçao quente, forte, saudavel, cheio de amor e de sorrisos.
So a pessoa capaz de se tornar num rio a correr para o Oceano pode sentir a chama do Amor.