Ao Sonho, a espera de nascer...

"Certas noites sigo uma luz ate uma porta azul, onde se le: Sonho. A porta nao e aberta pela minha mao..." Pierre Kemp

Esta noite enquanto dormias, vim ver como estava o rio... Pedi a Lua que te tocasse como eu gostaria de o fazer, como se os seus dedos fossem os meus... Muitas pedras nos separam, ha castelos em ruinas... Estilhaços de vidros de janelas abertas... Coraçoes que as maos da Noite une...

Gruta do Sentir, beleza nas maos da luz, tochas iluminam o teu Ser... Desprendes-te do acessorio, para Sentir a beleza do orvalho na gruta do Ser...

- "O Lua, porque me ofereceste um calice de vinho maduro, mal degustado? Porque me fizeste provar do Sangue deste mal-amado? Lua, feiticeira, dona das minhas ilusoes, quando afagaras esta Solidao que nas palavras Solto?" - De costas voltadas para a Vida, continuou...

A Noite e uma labareda de Ternura e com ela dorme o meu Amor... Circulo sagrado que enlouqueces as folhas, com a luz do teu calor, replica do Sol nas maos de uma Alma navegante, vagueias por caminhos impares... Circulo Sagrado ao Luar...

- " O Noite porque adormeces nos braços do Dia? Porque nao me deixas escrever paragrafos de Amor do outro lado do Rio?"

Ouvi as vozes da Magia. A Noite disse: - "O mais belo paragrafo de Amor nao pode Ser escrito nas margens do Rio, mas no proprio Rio..."

A Lua interrompeu a voz da Noite e como uma Lira acrescentou: "- O calice que provaste, circula em Ti, um dia quando completares o teu Sentir, enviarei um fio prateado do meu luar para vos unir, ate la viveras do Sonho e este sera como Ambrosia e Nectar para Ti..."

Nunca saberei o resto da frase da Noite que a Lua, por encanto e misterio, interrompeu, porque dei espaço ao Sonho e o meu corpo adormeceu..