Na Solidao livre da Noite...

Na solidao livre da Noite ouvi um grito quente, coraçao carente de Sentir! Nas asas de uma Pomba Branca lancei palavras magicas, vindas do fundo do meu Ser... - "Tunel das Trevas que levaste meu Amor... Ultima tranca a casa, o teu olhar compromete-te e deixa no ar o teu sabor...Porque? "- Dizia com encanto a voz tremula e faminta.

Nunca teras resposta, es pergunta lançada no ar, sobes ao ceu durante a solidao livre da Noite e vais, serenamente, repousar no mar...

De que adianta Ser Rainha de um mundo em ruinas? Muros caidos, pedras soltas, palavras ao Vento, espadas partidas, pedaços de humanidade, resquicios de um Sentir... Quantas vezes nao sao as Palavras, inimigas, carcere que impede de sorrir... Porque? Partiste e contigo vai uma Lagrima no canto da tua espada, espada sem Amor, espada que procura, procura... Nao sabes, porventura, que so comigo teras Sabor?

Na solidao livre da Noite, meus braços e teus braços nus... Corpos que se entrelaçam no Sentir... Atras de Ti ruinas, trevas, Hades, Gargulas e Guardioes da Noite que em Ti ganham espaço, nunca terao Sabor... Descruza os braços, nao temas, Na solidao livre da Noite, mostra-me o teu olhar, vem... Caminha, dançaremos ao luar, anda Guardiao dos meus Sonhos, ajudar-te-ei a sorrir, a sair desse tunel, destruirei essas torres que te impedem de Ser, mancham o teu Sentir...

Levanta-te e eu deixarei de Ser pedaço de mulher abandonada aos teus pes, imagem que te recusas a ver. Repara que da minha mao, mesmo caida por terra, vem a unica Luz que da cor ao teu Ser...

Na Solidao Livre da Noite, te entrego o meu Ser. Nao repitas o mito de Euridice que Orfeu no Tunel deixou o Amor perder. Renovemos o Sentir, unamos os Corpos em torno do Sentir e dos Campos Elisios, as Almas deixemos partir, nas asas de um corvo, na presença de uma Gargula, meu Amor nunca mas nunca queiras partir... Na Solidao Livre da Noite, te entrego o meu Sentir... Une Ser e Sentir, colheras Sabor, fruto proibido do Amor...