Conhecimento do Inferno
“… vamos cá estar por pouco tempo; aliás, demasiado pouco tempo para testemunharmos todas as maravilhas da vida.” Don Juan, em “Viagem a Ixtan”, de Carlos Castaneda
O que se conhece na Terra não vem só da terra. Há um sentimento de vazio no não dito, na palavra indizível. Haverá sentimento num vazio que desacredita palavras? Um sentimento, apenas? Haverá vazio em que o silêncio não existe? Um vazio, apenas? Há um silêncio, sem palavras, sem voz, sem gesto. Silêncio ausente, que outro nome não tem. Desaproveitaram-se os silêncios, nos cartórios desoutorgaram-se nomes, nas palmas das mãos descoseram-se linhas, e já imerso o silêncio, não há nada.
O que se conhece na Terra não vem só da terra. Mas, hoje, (num tempo que nunca se sabe) este húmus não se redime a cinzas, este pó que cerca, faz acreditar nas metades que sempre fomos, tão diminutos, tão reduzidos. Fomos? Não seremos, ainda?
Não se sabe. O que não se sabe, não se diz.
Indizível: incapacidade de traduzir em palavras o que não se sabe, o que não se acredita.
A palavra firme perdura. Por vezes há uma sensação de conhecimento de Inferno. A única via que desacredita as palavras é como um túnel, ou um aqueduto, é uma estrada sombria, morte. Uma morte minúscula é um certo conhecimento de Inferno para os que não sabem, não utilizam e desprezam as palavras.
O que se conhece na Terra não vem só da terra. Todas as palavras são divinas e o sábio não as desacredita, tempera-as com silêncios emersos de serenidade.
Indizível: incapacidade de traduzir em palavras o que não se sente, imersão. Falta de sentimentos? Frieza de sentidos?
Todo o mar vasto pode ser uma palavra não dita, um silêncio ou uma paisagem apenas? Desconheço o Inferno, avultando-me nas palavras e já imerso o indizível todo o Homem é capaz de sentir. Todos os sentimentos carecem de palavras, ou quase todos. Excepto o sentimento de perda.
Teremos vida longa (entenda-se “eternidade”) se mesclarmos as palavras com sentimento, se as usarmos com maestria, adequando o silêncio à música: a única forma de apagar o vazio, de aniquilar a sensação de perda e desvanecendo o conhecimento de Inferno que às vezes deixamos morar em nós, inauguramos hinos de Sentir. Vida, tão-somente.
O que se conhece na Terra não vem só da terra. Mas, hoje, (num tempo que nunca se sabe) este húmus não se redime a cinzas, este pó que cerca, faz acreditar nas metades que sempre fomos, tão diminutos, tão reduzidos. Fomos? Não seremos, ainda?
Não se sabe. O que não se sabe, não se diz.
Indizível: incapacidade de traduzir em palavras o que não se sabe, o que não se acredita.
A palavra firme perdura. Por vezes há uma sensação de conhecimento de Inferno. A única via que desacredita as palavras é como um túnel, ou um aqueduto, é uma estrada sombria, morte. Uma morte minúscula é um certo conhecimento de Inferno para os que não sabem, não utilizam e desprezam as palavras.
O que se conhece na Terra não vem só da terra. Todas as palavras são divinas e o sábio não as desacredita, tempera-as com silêncios emersos de serenidade.
Indizível: incapacidade de traduzir em palavras o que não se sente, imersão. Falta de sentimentos? Frieza de sentidos?
Todo o mar vasto pode ser uma palavra não dita, um silêncio ou uma paisagem apenas? Desconheço o Inferno, avultando-me nas palavras e já imerso o indizível todo o Homem é capaz de sentir. Todos os sentimentos carecem de palavras, ou quase todos. Excepto o sentimento de perda.
Teremos vida longa (entenda-se “eternidade”) se mesclarmos as palavras com sentimento, se as usarmos com maestria, adequando o silêncio à música: a única forma de apagar o vazio, de aniquilar a sensação de perda e desvanecendo o conhecimento de Inferno que às vezes deixamos morar em nós, inauguramos hinos de Sentir. Vida, tão-somente.
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