terça-feira, janeiro 25, 2011

Um pedaço de pele serve de céu ao meu coração

Hoje roubei todas as rosas dos jardins e cheguei ao pé de ti de mãos vazias.” Eugénio de Andrade
Se a morte chegasse ao pé de mim e dissesse que para sempre terminaria o meu diálogo com a vida, eu desejaria ouvir-te dizer:”Não digas nada”. E na brevidade que me fosse permitida, voltaria atrás, como quem recua num tempo sem tempo, e anularia todas as perguntas. Porque eu não preciso de saber mais nada. E nesta escuridão, já perto da morte, um pedaço de pele serve de céu ao meu coração.
Desafio-te morte, dizendo: “Os amantes não deviam ser humanos, deviam ser corações aduncos e com asas, sem jamais ser aves. Porque as aves não nasceram para voar. Nalguns humanos, poucos, quase raros, quem voa é o coração.”
E hoje fico nesta casa branca onde só há ausência e sem medo da morte, calo as palavras com um beijo. Há beijos que a morte não mata.

2 Comments:

Blogger Wanderley Elian Lima said...

Há muita coisa que a morte não mata, o amor por exemplo, esse é imortal.
Bjux

1:19 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

9:13 da manhã  

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