Se te disser que o Vento chora
by José Luís corella
"Também a vida é só um instante,
apenas um dissolver-se,
de nós mesmos nos outros,
Como um dom que se faz" Boris Pasternak
A todos os velhos sem Amor e aos que envelhecem porque não o encontram numa vida, apenas.
"Também a vida é só um instante,
apenas um dissolver-se,
de nós mesmos nos outros,
Como um dom que se faz" Boris Pasternak
A todos os velhos sem Amor e aos que envelhecem porque não o encontram numa vida, apenas.
Estou sentada do lado avesso de um mar que não existe. Vejo navios que chegam de partes que nunca saberei. E não sei porque desconheço.
Sinto um mar pontilhado de ilhas dispersas nesta infinitude de não ser coisa alguma em lado nenhum. Pergunto-me, vezes imensas, quem tingiu o mar desta cor, como quem pinta um sonho que não cabe numa vida, apenas. E nem mesmo ouço resposta ao que nunca chega a ser pergunta.
E da outra margem deste mar que não existe, alguém pergunta: “Quem atirou os peixes para este lado do mar?”
Este mar não existe, nem os navios, nem as ilhas dispersas. Nem mesmo os peixes!
E eu ouço a tua voz. Ouço-te como um sonho numa tela cujo autor se desconhece.
Ninguém sabe o nome às coisas. E nem mesmo tu sabes que te ouço nos lugares que não existem.
E todos os dias continuo a subir a montanha à procura do que senti – há lugares que longe de nós nos pertencem porque guardam momentos que só acontecem uma vez, uma única, apenas, na vida toda que o Tempo, esse velho barbudo de barbas rígidas que deixou apodrecer as maçãs, guarda com as duas mãos.
Talvez o Tempo exista apenas nos lugares que desconheço.
Sinto um mar pontilhado de ilhas dispersas nesta infinitude de não ser coisa alguma em lado nenhum. Pergunto-me, vezes imensas, quem tingiu o mar desta cor, como quem pinta um sonho que não cabe numa vida, apenas. E nem mesmo ouço resposta ao que nunca chega a ser pergunta.
E da outra margem deste mar que não existe, alguém pergunta: “Quem atirou os peixes para este lado do mar?”
Este mar não existe, nem os navios, nem as ilhas dispersas. Nem mesmo os peixes!
E eu ouço a tua voz. Ouço-te como um sonho numa tela cujo autor se desconhece.
Ninguém sabe o nome às coisas. E nem mesmo tu sabes que te ouço nos lugares que não existem.
E todos os dias continuo a subir a montanha à procura do que senti – há lugares que longe de nós nos pertencem porque guardam momentos que só acontecem uma vez, uma única, apenas, na vida toda que o Tempo, esse velho barbudo de barbas rígidas que deixou apodrecer as maçãs, guarda com as duas mãos.
Talvez o Tempo exista apenas nos lugares que desconheço.
1 Comments:
As vezes desconheço pessoas que estão a séculos do meu lado. O mar me encanta, sinto como se fizéssimos parte de um todo, sua magia me convida a morrer em suas águas.
Bjux
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