Rosas Oblíquas
“É alguém que tem meus olhos. Tem-nos desde quando portas se fecham. Carrega-os no dedo, como anéis. Carrega-os como cacos de desejo e safira”
Canção de uma dama na sombra, Paul Celan
Canção de uma dama na sombra, Paul Celan
Essas rosas oblíquas ofertadas sobre o epitáfio que agora te cobre murcharam. Não murcharam por causa do Tempo. O Tempo já nada pode. Murcharam no silêncio da tua ausência. Partiste e a casa construída sobre a rocha desmoronou. A harpa perdeu a beleza. Morreu o som. Quem pediu este silêncio? Quem matou o som? Quem entregou a Caronte os ecos do teu olhar guardados nas entrelinhas das linhas das minhas mãos?
Essas rosas oblíquas murcharam sem te ver. Murcharam sem ti. Murcharam ao sentir essa pedra fria que hoje te veste. Essas rosas oblíquas entrelaçadas pelos nós do Vento são o que do nosso plural restou. E são pouca coisa. São a pouca coisa que de nós restou: cinzas na memória. E até as cinzas oblíquas, entrelaçadas pelo Vento, o Tempo de nós afastou.
Murcharam as rosas. Findou a vida. Nesse epitáfio que hoje és há ainda algo que busco no teu rosto e não te sei. Nos silêncios que guardo em mim há palavras por dizer, gestos por soltar, há uma eterna procura: encontrar-te nas rosas oblíquas que murcharam. Há sempre algo a acrescentar, levantar as pedras e ver o que das cinzas, que já não o são mas um dia foram, restou.
Essas rosas oblíquas ofertadas sobre o epitáfio que agora te cobre murcharam mas há ainda voz nelas, um último suspiro, um som à procura de liberdade; eco descosido de um olhar cativo na eternidade do desassossego dos amantes.
Essas rosas oblíquas murcharam sem te ver. Murcharam sem ti. Murcharam ao sentir essa pedra fria que hoje te veste. Essas rosas oblíquas entrelaçadas pelos nós do Vento são o que do nosso plural restou. E são pouca coisa. São a pouca coisa que de nós restou: cinzas na memória. E até as cinzas oblíquas, entrelaçadas pelo Vento, o Tempo de nós afastou.
Murcharam as rosas. Findou a vida. Nesse epitáfio que hoje és há ainda algo que busco no teu rosto e não te sei. Nos silêncios que guardo em mim há palavras por dizer, gestos por soltar, há uma eterna procura: encontrar-te nas rosas oblíquas que murcharam. Há sempre algo a acrescentar, levantar as pedras e ver o que das cinzas, que já não o são mas um dia foram, restou.
Essas rosas oblíquas ofertadas sobre o epitáfio que agora te cobre murcharam mas há ainda voz nelas, um último suspiro, um som à procura de liberdade; eco descosido de um olhar cativo na eternidade do desassossego dos amantes.
8 Comments:
É importante ser bom,
vivamos fazendo o bem...
mas não nos esqueçamos:
cuidemos de nós também!!!
Como é bom ler-te amiga linda.
Desejo-te um dia maravilhoso.
Beijocas.
Fica bem. Fica com Deus.
Anita (amor fraternal)
Querida Sandra obrigado pelas tuas palavras.
Em relação à Marta ela adora Dali sim e ela está no 3º. ano da faculdade e simultaneamente está a fazer um curso de restauro.
Deixo-te ficar o endereço de uma entrevista que a SIC fez à pouco tempo aos alunos deste curso e à sua professora.
A Marta é a última a ser entrevistada mas aparece várias vezes.
Se quiseres dar uma "espreitadela" aqui fica então:
http://sic.sapo.pt/online/video/informacao/NoticiasCultura/2009/9/a-unica-portuguesa-que-esteve-na-equipa-que-restaurou-a-capela-sistina-tem-novo-projecto.htm
Beijinhos.
Anita(amorfraternal)
Que beleza o teu texto! li e senti cada palavrinha...
Bjs
Lindo texto!
Bjs
Viver é sempre dizer aos outros que eles são importantes, que nós os amamos, porque um dia eles se vão e ficamos com a nitida impressão de que não os amámos o suficiente!
Amiga um inicio de semana cheio de bençãos e vitórias.
beijinhos doces.
Fica bem. Fica com Deus.
Anita (amor fraternal)
Querida Sandra,
Lembrei de um poema que já reli várias vezes e gostaria de citá-lo abaixo.
Tantas são as Estrelas
(Conceição Evaristo, poeta mineira)
Não, eu me nego a acreditar
que uma estrela se apague.
São meus olhos caolhos,
caóticos, carcomidos
pela crua e nua certeza
de uma realidade visível
que me invadem as órbitas
causando-me a ilusão
de que só vejo o que é vivo.
Não, eu me nego a acreditar
que uma voz só é audível
se a boca mexer um som dizível
que se propaga até a invasão
de meus viciados ouvidos.
Não, eu me nego a acreditar
que um corpo tombe vazio
e se desfaça no espaço
feito poeira ou fumaça
adentrando no nada dos nadas
nadificando-se.
E é por isso,
que na solidão desse banzo antigo,
rememorador de todos
os que de mim já se foram,
eu desenho a sua luz-mulher
e as pontas de sua estrela
enfeitam os dias que ainda
me aguardam
e cruzam com as pontas
das pontas de outras estrelas
que habitam a constelação
de minhas saudades.
"Vim te trazer um presente!
Não repares no volume, pois é pequeno.
É uma pequena caixa, muito bonita.
Feita no pensamento... pela imaginação!
Foi grandiosamente decorada pelo desejo...
e embalada pela gratidão.
Nela coloquei,
Aroma das flores..
Um pedacinho do céu...
O sorriso de uma criança...
Um bocadinho da brisa da manhã...
Uma pitadinha de luz...
e uma linda canção.
Coube também um abraço apertado,
e um beijo no teu coração!
TEM UMA LINDA SEMANA!
Fica bem. Fica com Deus.
Anita (amor fraternal)
o dar nunca fez mal a ninguem,e bom que continues a dar,mais vale dar que nao ter...sorriso para ti!
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