segunda-feira, abril 12, 2010

O ABRIGO

“E eu sou mais do que te invento
Tu és um mundo com mundos por dentro…A tua sombra é o lugar onde me deito.”
Fazer o Que Ainda Não Foi Feito, Pedro Abrunhosa

O tronco que parte e quase se divide em dois pode não ter beleza para o vulgo olhar mas tu sabes que esse tronco, mesmo partido, quase dividido, te albergará sempre.
Os ramos da árvore podem ter morrido porque os regaste, demais, com as tuas lágrimas mas a esperança, o verde, que te cerca guarda em ti uma primavera.
O barco que te leva pelo mundo pode ser tão pequeno como um detalhe, quase sem o ser, mas tu cabes nesse barco de velas quase tão finas como os dedos de uma mulher.
Tu sabes as cores do mundo, já conheceste o Amor.
Um dia também tu podes ser verde e mesmo que pareças um tronco partido lembra-te: podes ser o abrigo de alguém – ainda que o barco seja pequeno, o mar é infinito.

1 Comments:

Blogger Wanderley Elian Lima said...

Lindo e filosófico poema. Amei.
Beijos

8:37 da tarde  

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