quarta-feira, junho 04, 2008

ALDEIA DA LUZ

Que pode um Homem Respirar a nao ser Amor por todos os poros? Sao poros de Amor verde que me cercam nesta Paisagem, hinos que renascem com a saudade de partilhar a solidao que alimenta a Alma e faz querer subir cada degrau deste manto verde, sentimento que leva ao ceu...
A Ervedosa do Douro, na esteira da solidao...

Neste alto estou mais perto da Chuva. Ha muito que me sinto um Anjo que nao subiu ao ceu ou um Querubim que se perdeu. Molha-me as asas esta Chuva, assim ordenou o Deus dos Sonhos, feitiço que refresca todo o meu Ser. Foge o Sol quando o coraçao sangra. Empalidece o Dia. Nao tarda nada aparece o anoitecer. Finda mais um dia. Esta cinzento o ceu, nuvens pactuam com a tristeza que me invade o Ser. Agradeço a presença das cinzentas nuvens que carregam bençaos que o mundo nao sabe Saborear. Solta-se o som do Violino, paisagem melancolica, verde infinito...

Este som que me limpa os sentidos, escova de frio cetim que me envolve o corpo, formula pedidos ao Vento, confidencia a Alma da Brisa o verdadeiro Sentido do Acto de Amar... Ha sons que tatuam a Alma de emoçoes... Daqui avisto o mundo, uma nuvem clareou, a ideia de Luz, Caminho... Sim, talvez eu va por ai. Mas, logo me lembro que eu nunca vou por ali. Vejo um rio pequeno que se formou das lagrimas que neste local derramei. Todo o ceu parece chorar comigo. Mais abaixo algumas arvores despenteiam-se, acena a vegetaçao, erguem-se ramos como braços abertos, agradecendo aos ceus...

Tambem eu agradeço porque agora a Chuva veio dar melodia a este alto, todos se refugiam no lar, sob os tectos camuflando o Sentir. Ainda aqui permaneço e mais alguns passaros que sacodem a penugem e voltam a voar. Pergunto-me porque nao pode o Ser Humano apreciar esta dadiva. Parar, molhar o Ser, desenvolver o Sentir, sacudir a agua fria da penugem e voar para onde o faz sorrir? Ouço-te Vento. Sinto na tua Alma, a tua ira, vontade de responder. De repente o Tempo muda, a agua se escoa, fica mais brando o Sentir. Vejo ao longe uma Aldeia de Luz, mas saibas que nem so a Luz sabe guiar. Olho a minha volta, sinto-me numa espiral de multiplos Sentidos, vejo ruas, Caminhos, Pontes, Cimento e Vegetaçao. Aqui permaneço, sem vontade de me afastar. Escolham outros por mim o Caminho que eu de mim nunca soube cuidar. Sei la se enveredo pela viela mais estreita ou pela estrada mais perfeita? Respiro e espero, no Silencio medito... Eu so quero Caminhar! Curiosa, espreito por Aquele Anjo que nao subiu ao Ceu, como eu e acredito no Sonho, na volitio de o realizar. As nuvens ja tocam os montes. Estarao a namorar? Ate a Natureza se acaricia porque has-de tu, Homem as Artes do Amor ignorar?

Saibas que nesta Aldeia da Luz ha um Anjo que todas as Noites se apodera dos teus Sentidos e vagueia pelo Verde da colina onde esta escrito numa pagina de fios dourados: "O Caminho do Coraçao e vale de encantos, porem precisaras de ultrapassar mil quebrantos". Saibas nele Caminhar, porem sem o pisar...

2 Comments:

Blogger Ana Caridade said...

Vivencio lado a lado contigo...
Observamos em conjunto com perspectivas iguais com pormenores diferentes. A SIMPLICIDADE DE SER, SENTIR O SABOR!
É mt bom partilhar a vida contigo!
Beijocas

10:02 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

"Vivencio lado a lado contigo...
Observamos em conjunto com perspectivas iguais..."
"É mt bom partilhar a vida contigo!"

O escritor que dá mais erros não é o que mal sabe escrever mas o que manipula sentidos e pessoas. Nada vivenciado em conjunto, nada observado, péssima partilha,
SANDRA FERREIRA,

5:16 da manhã  

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