domingo, junho 29, 2008

RITUAL DO SER

As vezes o guarda-chuva ja nao basta para as chaves que fecham o meu Coraçao. Vontade de voar, desnudar a Alma, de Sentidos enclausurada, e partir para esse outro lugar qualquer que so tu, Vento, meu Companheiro e Senhor sabes o Nome... Ja nao faz sentido voltar as costas ao que nao quero ver... Oh Mundo, porque es tao pequeno para mim? Deixa-me esvoaçar pelos ceus, ainda que descalça e faminta... Deixa soltar cada petala escondida no meu Ser... Ah, esta ansia de Viver... Sou asa partida nas maos do Tempo... Feitiço sem igual, quebranto sem cura... Sou serpente que seduz, veneno que vive dentro de um alguem, que so tu, Vento, sabes quem...
Deito-me neste lençol branco, cobre-me o veu da Noite, observo a tela do Amanha, vejo a guerreira serena e desejo que o amanha chegue sem demora...
De que adianta adiar um Sonho? De que adianta subir a montanha se nao sabemos apreciar a altura dos Sentidos? Ah Vento, talvez eu nao o tenha de procurar, talvez tenha ele de me encontrar... Talvez! Talvez uma manha ou uma noite, me envies um passaro anunciar que os Sonhos sao dadivas e que eu sou o Sonho de quem percorre os mesmos trilhos deste mar... Ah, este Amar sem par, sem receios de naufragar... Ritual do Ser, a Vida e utero sagrado, vaso alquimico que anseia transmutaçao... Um dia, o Sol te fara entender que cada Lagrima vertida neste vaso de emoçoes faz a alquimia do Sentir, crescer... E, so a Noite poderas perceber que o maior dos misterios reside dentro de ti, nesse Ritual do Ser...

5 Comments:

Blogger Felipe Fanuel said...

Poetisa-em-Prosa,

O maior dos mistérios mora de fato logo aqui dentro. Por que não poderia ser em um lugar aqui fora? Aí seria fácil procurar. Por mais distante que estivesse, um dia encontraríamos. Mas o que buscamos está nos recônditos de nossa alma, onde há perguntas, inquietações, poesia, silêncio.

É difícil uma resposta que resolva nossas questões, um descanso capaz de remover tudo o que nos desassossega, um romance que tenha o fim que esperamos, a fala que sonhamos ouvir.

Sim! Toda nossa busca está enraizada dentro da gente. Não é a falta de motivo para buscar que buscamos, mas o sentido profundo que toda busca possui. Buscamos ser tocados pela profundidade da própria busca. Uma busca última é o que buscamos.

Essa é minha maneira de ler este ritual ontológico proposto na sua brilhante ópera. Porque a ópera reúne um conjunto de artes para contar um drama. Aqui há pelo menos três: Poesia, Música e Arte Plástica.

Um beijo.

11:49 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Alô amiga!! Como não sei se recebeste o meu mail, queria te dizer que estou no Porto, cheguei ontem à noite e é que vi que não tenho o teu contacto no meu telemovel, por isso queria deixar o meu para o caso de quereres tomar um cafézinho. 919404706, diz alguma coisa.

Beijos Maria!!!

2:49 da tarde  
Blogger Pepe Luigi said...

Soberbo o sentimento desta tua extraordinária prosa.
Beijos

3:59 da manhã  
Blogger Je Vois La Vie en Vert said...

Fecha os olhos e va ouvir um duo arrepiante da Edith Piaf e de Isabelle Boulay ? Para tal, tens que te deslocar ao meu cantinho verde.
Beijos verdinhos

2:42 da tarde  
Blogger JPAnunciação said...

Raramente lemos textos assim tão bons como este, neste emaranhado de blogs que se multiplicam todos os dias. Já não é a primeira vez que aqui venho ler os seus textos e por isso a qualidade dos mesmos já não me espanta.
No entanto, senti necessidade de comentar este, porque para além da elevada qualidade é de uma enorme profundidade que nos arrepia agradavelmente. Diria mesmo que não haverá uma forma melhor para dizer tudo o que nos deixa nas suas palavras cuidadas e refletidas.
ASSIM VALE A PENA ESCREVER!

MUITO, MUITO BOM!!!

Bjs,
JP

2:16 da tarde  

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