quinta-feira, junho 17, 2010

O TEMPLO SEM PALAVRAS


“Não construa o que pode ser apagado pelo tempo, construa para a eternidade.”Robon Rodovalho

Vens com essa linguagem metódica, extensiva, poética – essa meia-dúzia de letras soltas que juntas em ti
como o telhado de uma casa.
Esses desenhos que formam frases
como quem tatua a pele.
Tu és essa linguagem que te habita
que trazes em ti como um irmão pela mão.

Pensas que aproximas, mas afastas.
Queres criar humanidade quando em ti vivem contrários.

Tens de calar. Tens de sentir.
Não escrevas.
Pede um intervalo à eternidade
Deixemos que morram em nós as palavras.
E que o abraço dos nossos corpos
Seja pó que não se desfaz.
Deixemos que morram em nós as palavras.
Não são precisas para amar.
Não, hoje!
Porque a Eternidade mora para lá das palavras,
num templo que os nossos corpos edificam.