Sinto Chuva,
Fernando Pessoa, Na Noite que me desconhece
Solta o ceu uma melodia. Pingos de mel caem sobre o telhado do meu Ser, invadindo o meu Sentir... Choram os deuses no ceu, vestiu-se de escuro a Noite, so a lua prateada distingue a linha que separa o mar do ceu... La longe onde os passaros nao chegam, onde eles nao cantam ha uma caixa de segredos que o meu Ser oculta, envolve-a o manto de seda negro da Noite, a ela entrego com veracidade todo o meu Sentir... Noite, cumplice de emoçoes... Na Solidao imensa que cobre toda a regiao do meu Sentir, observo esta arvore, quanta seiva brotara do seu Ser? Ela que parece tocar o ceu, com os seus ramos desalinhados e mastro de sentimentos... Longo tronco que deixas a chuva tocar, nao confundas a Noite com o Dia porque nos dois extremos, margens da vida, ha uma Beleza impar...
Quantas folhas de ti ja cairam? Terao elas saboreado voos de Sentir com o Vento? Folhas secas que soltam gemidos nesse caminho que tantos insistem em pisar, voem na solidao vasta da Noite ate ao certo lugar... Ha nomes inscritos na arvore, desde o começo dos tempos, segredos que a Noite teima em nao devolver ao imenso mar onde ja naufragos deste cais da vida estao os encalhados do verbo Amar... Arvore, quantos habitam em ti? Quantos ramos abraçam o mar e a Noite segredos de Amor todas as ninfas do Sentir, essas folhas ja secas, deixas voar como mensagens de Amor que decides com o Vento partilhar? Arvore, deixa-me em ti habitar esta Noite em que os Anjos e os deuses decidiram molhar a terra, com esta doce melodia que lava o telhado do meu Sentir, embala-me com carinhos neste manto de seda negro, nao me atires ao mar onde tantos banham lagrimas de tamanho pesar! Oh Noite que tanto podes, toma conta do meu Ser, nao ves que e um simples e fragil coraçao de menina que pelos Sonhos se deixa, humildemente de encantos vencer,
Consta-se que todas as Noites em que o manto de seda negro se molha, esta historia se repete, esta arvore ainda existe, toca de animo leve o ceu, e este coraçao que de Sonhos se veste e o meu... Cada fio do meu Ser, cada onda dos meus cabelos, com gotas de mel entranhadas e a linha do horizonte deste inacabado conto, ainda nas maos das Fadas, que se apressam em narrar sentidos, atraves dos meus finos dedos, das minhas suaves e tenras maos, delicadas partituras, deleite da Alma, serenatas encantadas, no misterio mergulhadas, notas de musicas inacabadas...
2 Comments:
Este comentário foi removido pelo autor.
Certamente que não és deste mundo...
És uma Fada Encantada que escreve com as mãos da sabedoria e das estrelas. Guardas segredos dentro de ti... que escorrem no rio das tuas palavras e nos convidam a flutuar serenamente e a sentir as ondulações suaves da tua alma.
Abraço-te com muita admiração de quem sabe sentir maravilhada os teus sentires.
Sereia Azul*
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