Monologo da pobreza.
Quantas vezes fui rainha nas maos do Amor? Quantas vezes me embalou o Vento com as suas ternas maos de seda? Quantas vezes o manto escuro da viuva Noite me segredou encantos do Universo? Quantos trilhos passei? Quantas luas vi? Quantas batalhas travei, onde estas frio metal que ja nao lutas? Quantas arvores vi nascer, quantas vi morrer? Quantas flores em mim moram? Quantos sonhos vivi e quantos atirei nas teias de um mar e vi naufragar? Hoje o negro que me veste e algodao gasto... De pouco me sobra nesta Vida, de pouco preciso para sorrir! Ah se eu pudesse saber mais cedo que os rios levam outras aguas superiores as das magoas... Quantas sao as folhas de mandragoras, que o Amor imperfeito deixa perecer? Como ves Quem Ama, com um coraçao mais precioso que o ouro, vil metal, nunca esta so, nunca mora na solidao porque o mel que circula na Alma e motivo de atracçao,
Oh Ave, quanta beleza reside em ti? De que graos te alimentas? Porque me visitas? Nao ves a minha pobreza no Ser, humildade no Sentir, ja pouco te posso dar, mas tudo o que tenho e teu, ves este manto azul do ceu? Quem o mandou colorir para ti, fui eu... Nao, nao digas ao Vento, este sera um fio dourado de Sentir que no Olimpo a Mao de um poeta, o maior de todos os poetas, algum dia concebeu... No meio do nada onde vasto e o ceu, deito a minha cabeça, ja cansada de tantos pedidos ao irmao meu e a Noite, mesmo descalça quem dorme nunca sou eu... Porque quem Ama nunca esta so... Amanha direi que a pobreza nao existe, pobre e o coraçao, desprovido de emoçao, sem sonhos, que ao Amor resiste,
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