Noite, leva-me contigo nos teus
sonhos, deita-me ao lado da
Magia. Ensina-me a sentir o
toque do gesto verdadeiro, ha tanto tempo que a
dor me acorrenta...
Maos presas, sem liberdade de gestos,
coraçao sofredor,frias correntes, elos de dor...
Anjo negro submerso nas paredes de um ser que perdeu o toque, ser
abandonado no leito dos mortais, ate quando vives submersa na ardosia do
feitiço que enlutou o teu ser? Devolve-me a Vida, preciso de sentir, ver o que o mero olhar nao permite, distinguir o toque
fingido do toque sentido... Levanta as minhas asas,
devolve-me ao ceu, deita-me nos verdes prados, enxuga as minhas lagrimas, lava cada fio do meu cabelo
com petalas de camomila, separa o falso sentido e sepulta-o com lapides de pedra escura... Nao ves como abraço o meu peito, tao preso aos fantasmas...
Quantas luas vao passando e o rochedo de Sisifo continua resvalando? Enfrenta estes elos da amarga e fria corrente como
degraus que descem ao poço do meu sentir,
"por vezes encontramos de nos em poucos meses o que a noite nos fez em muitos anos. E por vezes fingimos que lembramos, e por vezes lembramos que por vezes ao tomarmos o gosto aos oceanos, so o sarro das noites nao dos meses la no fundo dos copos encontramos, e por vezes sorrimos ou choramos, e por vezes ah por vezes num segundo se evolam tantos anos". David Mourao- Ferreira
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