quarta-feira, janeiro 30, 2008

MARGEM DAS SINASTRIAS

"O tempo como entendemos nao e somente nosso e tem o seu ritmo proprio na Vida".
De pes descalços, sentada num dos degraus da Vida escrevia o Sonho:
Atravessei o rio ao anoitecer nas asas de um Condor. Cruzei-me com alguns moradores da mesma margem, morada da minha Vida. Hora magica a que sacode a poeira da Alma e nos devolve o Coraçao ao Sonho. Fui plantar lirios na outra margem do Ser, lugar em poisio, terreno fertil, solo doce e suculento... Suaves Sons embrulhados em petalas de rosas aveludadas esvoaçaram nas maos do Vento. Do outro lado, especies diferentes, vida impar! Exuberantes cores atraem o branco de uma Vida. Ha sempre duas margens num mesmo rio: Sol e Lua, Dia e Noite, Luz e escuridao, Lagrimas e risos... Ha dualidade no Ser que procura e no que encontra. Sublime e a colheita da livre mao que, desapegadamente, semeia. So amontoa bens o escravo do corpo, o sabio semeia esperanças com os gestos mais humildes. E nobre o canto da ave inaugurando a Manha. Quanta doçura brota do despertar de um bico sedento. Quanta formosura no primeiro bater de asas, caminhando a esmo pela Vida em busca de novos sabores. Os sabores que o Dia oferece a quem despe o Coraçao encoberto pelos veus da personalidade, mascara do Ser, margem das sinastrias...