segunda-feira, maio 26, 2014

É nos espaços despidos das madrugadas
que deposito as dúvidas
lágrima a lágrima com o orvalho das madrugadas
que se querem como noivas vestidas de chá branco.

É nos espaços despidos das madrugadas
que procuro Condores, Gaivotas e Milhafres
- dos mundos que não se cruzam -.

É nas encruzilhadas que voam Pássaros disformes
- levam, no bico,
o vermelho das maçãs
e talvez o azul do Céu.
Talvez.

E, do outro lado, no hemisfério: mundo separado,
alguém vê Tâmaras em fim de tempo.

Pergunto-me: terão os Pássaros levado, no bico, as maçãs?
Serão as madrugadas cúmplices do tempo
ou talvez responsáveis por tudo o que apodrece, do outro lado de lá,
do mundo?
Nesses mundos que não se cruzam. E procuro, procuro...

Sei: há mundos que não se cruzam
mas sei, mais: é na seiva das tuas mãos que alimento o Pomar da minha Alma
e repouso o Olhar.

E encontro. E cruzo ainda que alguns mundos nunca se cruzem.

"Hemisférios de hoje, de amanhã ou pontos de Sinastria?", Março de 2o14;