(imagem extraída do jornal “24heures.ch”)
“Chiroptera “
“Fecho os olhos e não vejo o teu sorriso. Porém, na memória, um odor a maçãs e outros cisnes”. Poema para pesar maçãs, João Pedro Costa
Paro para fazer uma análise ao mundo dos homens. Eu também já vivi nele. Agora avisto-o da janela, da parte de dentro da janela.
Não importa o que vem de fora. Importa o que dentro, de mim, guardo. E sei que, ainda, guardo coisas do mundo dos homens porque eu já vivi nele.
Limito-me a observar: com atenção; demoro-me.
Importância menor, reduzida ou nenhuma – a do exterior que, de mim se projeta.
E tudo porque num dia constatei que entre homens, já não se podia viver assim.
Fuga? Não foi fuga. Quem foge quer esquecer; não escreve para falar do que fugiu. Evade-se, sim, para buscar um outro, em si, ou o que nunca conseguiu.
Às vezes são necessárias fugas – talvez precárias e lentas mas eu não fugi.
Um dia disseram-me: - “Faz sempre o que for melhor para ti!” E foi, assim, que fui cometendo alguns erros, também, pensando que estaria a fazer o melhor, para mim.
E sei desde que soube: a errar vou aprendendo, a não fazer parte do mundo dos homens – simplesmente porque não o quero para mim.
Se fugi? Uns dizem que sim, outros que, apenas, me encontro “ali”. E não importa o que dizem.
“Quando me chamas Gaivota, mostro-me Morcego e quando não sei o que posso ser, invento-me até ao limite do que não sei ser.” de Sandra Maria Ferreira