terça-feira, julho 31, 2007

Monologo da pobreza.

Quantas vezes fui rainha nas maos do Amor? Quantas vezes me embalou o Vento com as suas ternas maos de seda? Quantas vezes o manto escuro da viuva Noite me segredou encantos do Universo? Quantos trilhos passei? Quantas luas vi? Quantas batalhas travei, onde estas frio metal que ja nao lutas? Quantas arvores vi nascer, quantas vi morrer? Quantas flores em mim moram? Quantos sonhos vivi e quantos atirei nas teias de um mar e vi naufragar? Hoje o negro que me veste e algodao gasto... De pouco me sobra nesta Vida, de pouco preciso para sorrir! Ah se eu pudesse saber mais cedo que os rios levam outras aguas superiores as das magoas... Quantas sao as folhas de mandragoras, que o Amor imperfeito deixa perecer? Como ves Quem Ama, com um coraçao mais precioso que o ouro, vil metal, nunca esta so, nunca mora na solidao porque o mel que circula na Alma e motivo de atracçao,
Oh Ave, quanta beleza reside em ti? De que graos te alimentas? Porque me visitas? Nao ves a minha pobreza no Ser, humildade no Sentir, ja pouco te posso dar, mas tudo o que tenho e teu, ves este manto azul do ceu? Quem o mandou colorir para ti, fui eu... Nao, nao digas ao Vento, este sera um fio dourado de Sentir que no Olimpo a Mao de um poeta, o maior de todos os poetas, algum dia concebeu... No meio do nada onde vasto e o ceu, deito a minha cabeça, ja cansada de tantos pedidos ao irmao meu e a Noite, mesmo descalça quem dorme nunca sou eu... Porque quem Ama nunca esta so... Amanha direi que a pobreza nao existe, pobre e o coraçao, desprovido de emoçao, sem sonhos, que ao Amor resiste,

segunda-feira, julho 30, 2007

Maos...

Enquanto que ha maos que apertam os contornos do Ser, tatuando marcas na ilusao do tempo, abraços sentidos de Almas apaixonadas, fome de Amor... Ha outras maos que desconhecem o valor do essencial, olhos de fome, alimento... Um abraço repartido com um gato, pes descalços que tanto sentem, um cobertor por terra, colo de afectos, trapos ja gastos, passados de mao em mao...
Ha maos que abraçam as migalhas que outros desprezam... Fome de alimento, ausencia de afectos, um olhar caido por terra, aconchego de passaro nesses graos rejeitados por terra... Quantas maos tem o mundo? Quantos afectos se desprezam... Quantos colos se rejeitam... Quantos sao os que se esquecem que migalhas, as vezes, tanto aquecem...

Tanta dor, ausencia de lençol branco... Mendigos do Amor... Pobres que as maos rejeitam... De que vale uma Lagrima fingida, um sorriso amargo? Ha rostos que nao fingem, sentem tao somente... As vezes, nao queremos ver, caminhamos cegos, quando alguem de maos, tao somente, se sente carente... Ha quem guarde num balde de lata lagrimas da Vida cujo choro parece nao desaparecer, ha quem esqueça que a Vida e um recipiente, maos de Amor...

Maos de quem sente... Asas de corvo negro... Miragem nalgum olhar tao somente... Porque e que ha maos que sentem mais do que toda a gente? Maos que pedem Amor, alimento, colo, aconchego, agasalho, leito, voz que brada aos ceus... Porque? Um corvo negro nas minhas maos coloco, como forma de protesto, no meu corpo rejeito o agasalho, a nudez quero sentir, saborear bem de perto...
Somos todos mendigos, uns mendigam alimento para a Alma, Sentimento... Outros mendigam para o corpo, qual o lado mais pobre, qual o valor mais alto o do branco ou o do preto? Tantas maos, um abraço, um pao, um beijo, uma dança, uma gota,... no ar a escuridao da solidao, voz do silencio... Amor e uma migalha de pao, fragmento de beijo...

domingo, julho 29, 2007

A Beleza dual.

A tarde cai, os passaros voam ate ao lugar do Sonho, com eles voa o meu Ser... Quantos olhos admiram uma paisagem sem vontade de a querer... Quantos os que vagueiam sem rumo, nesta dualidade do Ser ou nao Ser... Tudo o que existe, tem outra forma de ser. Quantos observam uma metade e esquecem que ha no todo um sopro que pede para se erguer... Sopro de luz, sobes ao ceu ao anoitecer, contigo nas margens de uma arvore, reflexo de viver, eu vou sonhar os sonhos que os passaros da Noite, so aos olhos do sonhador podem aparecer, leva-me contigo... Um Milhafre voa no alto da Solidao, no Silencio que nao existe, esta so a minha Alma no meio da multidao, requiem das trevas, luz do coraçao, soltam-se as amarras do Dia, verdes ramos abrigam a janela do meu Ser, escurecem tambem eles num manto terno, veu da Noite, ternura do entardecer e com a escuridao vem o desejo de te ter... Abracem-me, braços da verde arvore, deixem-me no leito dos Sonhos, adormecer... Prazer e ter quem nos faça ver para alem do proprio ver, mergulhando nas veredas do nosso proprio viver, encantos que so o olhar profundo permite Sentir e Ser... Uniao do dia com a noite, num leito de folhas verdes, gestos de encanto, entrega do Amor, num entardecer... Amo-te doce Noite porque te misturas com a solidao do meu Ser, nao fujas, adormece ao sabor do Vento, fica ate amanhecer,

quinta-feira, julho 26, 2007

Amor, ermita da Solidao.

"A essencia das rosas invade o peito do homem e ele se apazigua no perfume. Mas se um pinheiro uiva no vento o coraçao do homem cerra-se de inquietude. No entanto, ele dormira ao lado dos pinheiros uivando e das rosas recendendo..."
Vinicius de Moraes, O incriado

Um ermita, um pobre ermita, rico de sentimentos. Cansou-se da Solidao, expulsou-a do Coraçao.

-Vai pequena Escuridao que me impedes de Ser. Voa como uma Gaivota branca nas suaves maos dos ventos. Torna-te junto de quem necessita, mestre de grandes talentos. - A Voz que a Solidao moldou, entoando um grito do mais profundo da Alma, a Solidao expulsou.

Consta-se que esta, de braços abertos, recebe os raios da Luz, percorre caminhos inospitos, a procura de par, vagueia ao lado do tempo, nas margens do vento, repousa nos mansos ribeiros do Sentir... Mas, ate hoje nao largou o escuro porque nao encontra quem a faça Sentir...
Alma e Solidao caminham lado a lado, de maos dadas,
pelas estradas da vida, sem par e todos os que com elas se cruzam, ou Sonham os Sonhos que a Noite anseia Sonhar, ou deixam durante o dia os Sonhos nas margens dos mansos ribeiros, naufragar...
"De nada vale ao homem a pura compreensao de todas as coisas, Se ele tem algemas que o impedem de levantar os braços para o alto. De nada valem ao homem os bons sentimentos se ele descansa nos sentimentos maus. No teu purissimo regaço eu nunca estarei,..."

segunda-feira, julho 23, 2007

Ode ao Vento,

"Se cada dia cai, dentro de cada Noite, ha um poço onde a claridade esta presa. Ha que sentar-se na beira do poço da sombra e pescar a luz caida, com paciencia". Pablo Neruda
Interrompendo o Silencio, a Voz do dia traz murmurios vindos do mar. Oh poço de Lagrimas salgadas que carregas tanta dor, faz encher as mares e solta nas ondas as magoas, deixa-as por terra, onde possam perecer sem agua... Voz agreste da natureza, confidente do Amor, faz treguas com o espirito das trevas e com essas Lagrimas salgadas, esquece essa dor, faz um poema de sons, despe as sepalas das Rosas, que nao mais precisarao da tua protecçao... Enche a Terra de hinos, parceiros do puro Sentir. Ama o presente, esquece o passado e o futuro que ha-de vir... Ouve essa voz, que delicada e a sua melodia. Voz fina que despes as arvores, cobres de cor o meu Sentir com as Folhas caidas por terra nos caminhos que um Sonhador deve seguir...
Voz do Vento, que te faz Mulher! De todas as oraçoes que murmuras, a mais bela, de beleza impar, singular e pura e a Oraçao do Amor...
Tu es a grande voz das multidoes, trazes na Alma o sopro amargo da Solidao. Oh Vento que passas, voz rouca de tanto Sentir, contigo voa o meu pensamento, vives num tempo onde nao existem lapides... Vento, quando te unes a Chuva inicias uma especie de aspersao ritual, lavas todo o meu Ser! Oh Vento, doce sereia que cantas no meio do mar, diz-me quantos passaros dormem na tua Alma, quantos envias a Noite para me embalar? Porque todas as Noites eu danço com os passaros uma melodia ao luar... Faz-me falta a tua voz, Vento das mil caricias, Vento singular,...

Sinto Chuva,

"Doi-me tudo por nao Ser nada."
Fernando Pessoa, Na Noite que me desconhece
Solta o ceu uma melodia. Pingos de mel caem sobre o telhado do meu Ser, invadindo o meu Sentir... Choram os deuses no ceu, vestiu-se de escuro a Noite, so a lua prateada distingue a linha que separa o mar do ceu... La longe onde os passaros nao chegam, onde eles nao cantam ha uma caixa de segredos que o meu Ser oculta, envolve-a o manto de seda negro da Noite, a ela entrego com veracidade todo o meu Sentir... Noite, cumplice de emoçoes... Na Solidao imensa que cobre toda a regiao do meu Sentir, observo esta arvore, quanta seiva brotara do seu Ser? Ela que parece tocar o ceu, com os seus ramos desalinhados e mastro de sentimentos... Longo tronco que deixas a chuva tocar, nao confundas a Noite com o Dia porque nos dois extremos, margens da vida, ha uma Beleza impar...
Quantas folhas de ti ja cairam? Terao elas saboreado voos de Sentir com o Vento? Folhas secas que soltam gemidos nesse caminho que tantos insistem em pisar, voem na solidao vasta da Noite ate ao certo lugar... Ha nomes inscritos na arvore, desde o começo dos tempos, segredos que a Noite teima em nao devolver ao imenso mar onde ja naufragos deste cais da vida estao os encalhados do verbo Amar... Arvore, quantos habitam em ti? Quantos ramos abraçam o mar e a Noite segredos de Amor todas as ninfas do Sentir, essas folhas ja secas, deixas voar como mensagens de Amor que decides com o Vento partilhar? Arvore, deixa-me em ti habitar esta Noite em que os Anjos e os deuses decidiram molhar a terra, com esta doce melodia que lava o telhado do meu Sentir, embala-me com carinhos neste manto de seda negro, nao me atires ao mar onde tantos banham lagrimas de tamanho pesar! Oh Noite que tanto podes, toma conta do meu Ser, nao ves que e um simples e fragil coraçao de menina que pelos Sonhos se deixa, humildemente de encantos vencer,
Consta-se que todas as Noites em que o manto de seda negro se molha, esta historia se repete, esta arvore ainda existe, toca de animo leve o ceu, e este coraçao que de Sonhos se veste e o meu... Cada fio do meu Ser, cada onda dos meus cabelos, com gotas de mel entranhadas e a linha do horizonte deste inacabado conto, ainda nas maos das Fadas, que se apressam em narrar sentidos, atraves dos meus finos dedos, das minhas suaves e tenras maos, delicadas partituras, deleite da Alma, serenatas encantadas, no misterio mergulhadas, notas de musicas inacabadas...

sábado, julho 21, 2007

O poder do Sentir,

"Se sou mais que uma pedra ou uma planta? Nao sei. Sou Diferente."
Alberto Caeiro
Nao vou onde o Vento me leva, sou espirito do manto negro das trevas que caminha nas maos da Noite, salto de galho em galho a espera de te abraçar, coraçao perfeito que de encantos me fazes enamorar... Cada pena do meu Ser e uma resposta ao teu Sentir, Alma sedenta de Amor, faminta de Abraços... Digo-te que o Vento mora numa bandeja cor de prata do outro lado do mar, todos os dias espera por ti, sempre fora do tempo porque o proprio tempo costuma tudo atrapalhar... Vento, sopra mansinho na rua onde abrigas o Ser que me encantou, deixa um rasto de flores coloridas para alegrar o seu primeiro despertar, cada petala que ele aviste, serei eu com um beijo doce para lhe ofertar, cuida que ele adormeça num sonho de embalar, que repouse, secretamente, a cabeça numa paisagem idilica onde me possa encontrar porque eu ja sem ele nao posso Sonhar,

As melhores cançoes de embalar sao as escritas ao luar, as mais belas flores sao as que o teu imaginario nao deixa alcançar, Sonhos sao escritas ao luar, flores de um ilustre jardim, frutos de um pomar... Sonhos sao petalas de Sentir, sao segredos partilhados na mao de namorados dentro de dois coraçoes enfeitiçados,

Reino dos Sonhos,

"Estrangeiro, os sonhos sao verdadeiramente confusos, ambiguos e, para os homens, nem tudo se cumpre. Pois sao dois os portoes dos tenues sonhos: um e feito de chifre, e o outro de marfim. Os sonhos que passam atraves do cerrado portao de marfim enganam, trazendo promessas que nao se cumprem; mas os que saem pelo polido portao de chifre, esses se cumprem, para os mortais que os veem."
Penelope sobre o reino dos sonhos, Homero, Odisseia 19, 559-567
Ultrapassas a Imortalidade do Sentir, vives nas tabuas do Reino dos Sonhos, mergulhas nas quimeras com vontade de saborear o que o comum mortal nunca podera conhecer...
Uma gota de mar, foi o feitiço bastante para que tudo sintas ao teu redor, atribuis um valor exacerbado ao mais infimo pormenor, nao sabes o valor fixo de nada, vives preso nas teias do Sentir, esperas um tempo que ainda esta por vir... Promessas que o tempo faz, nunca ele as podera cumprir... Nao saberas que tudo o que ilude a Lua, vive para la do tempo, esta para la desse reino que e o Sentir? Mulher, quantas vezes te despediste dos acessorios, vestindo a pele que te cobre o Sentir? Quantas vezes ofuscaste o brilho da vela? Tens a tez dourada dos Sonhos que a Lua tece cada vez que o Amor ao mundo desce ... Porque teimas em esconder o teu olhar? Toda a nudez do teu Ser, empobrece a beleza do piano, enaltece a humildade do Sentir...
Digo-te que cada vez que tocas as teclas desse piano, as notas soltam arrepios, hinos de seduçao encantam todo o vazio que um Homem possa ter, devolves com a suavidade do teu Sentir, ao pobre miseravel que caminha a procura de Saber... Existira Alguem no mundo que possa esta tua dor, fazer desaparecer?... porque tu deusa dos encantos, sem a magia do Sentir nao podes viver,

sexta-feira, julho 20, 2007

Viagem ao meu Sentir...

"A escuridao oculta a agua da vida. Nao te apresses, vasculha o escuro... Viaja dentro de ti mesmo, e reflecte, como a mina de rubis, os raios de sol para fora... de ti."
Jalaluddin Rumi
-Vem, segue os meus passos, mesmo sem me veres o rosto mostrar-te-ei o mundo das emoçoes, caminharemos juntos sob a erva que conduz ao verde Sentir... Abraça os meus Sonhos, embala o meu Ser, despe a sombra que esconde o meu Sentir, tira o laço do meu vestido negro e saboreia cada contorno que ha em mim... A natureza, deu-me este ramo de flores amarelas para as transformar em petalas vermelhas, nobre Sentir... Valioso Rubi! - Uma voz sensual, incapaz de resistir levava-te neste pequeno Sonho de fim-de-tarde a juntar as maos, avidas maos, capazes de transformar o Coraçao num grande Rubi.


Quanta Beleza, mais valiosa que o Rubi! O Coraçao esconde os segredos da Noite, e Sangue onde circula esse Sentimento que escapa ao total controlo do Ser... Majestoso Sentimento, nobre companhia que se apodera de todo o Ser...
- Nao me podes ver o rosto, mas sabes que para la dessa erva que tantos pisam ha um caminho doce, onde a magia coloriu esta tarde no meu breve sono, cada pedra desta imensa gruta que e o Sentir, tem cuidado cada ramo que tocas, dobra-se a tua passagem, cada folha que ves tem segredos valiosos... A terra ainda humida, que pisas e a respiraçao da mulher, seiva deste quadro, moldura dourada do Sentir... Para la desta seduçao existe a nobre imortalidade, sera que te esperam as maças do Jardim das Hesperides?
O Sabor deste caminho, o que Alem existe so Tu, Coraçao Sonhador, podes saber, saborear e Sentir, mas lembra-te que uma vez alcançado o Sonho de la nao poderas mais sair,

Beijo Verde,

Existe na minha Alma um buraco espesso de feridas, com uma vista para o mar, nele ha um pedaço de terra encantado onde os meus olhos gostam de repousar... E o espaço dos sonhos que a Noite pinta para mim, sete rochas formam o castelo de emoçoes selvagens, mil fios dourados do mais puro cetim... O Beijo doce que a Noite me deu, era verde como a Floresta que invade, sempre a mesma hora, todas as Noites a vasta regiao do meu Sentir... Inumeros odores se juntam neste Sonhar e la aparece o Jasmim, flor de misterios que representa o luar... Historia de encanto, puro laço, terno frenesim...
-Cardias, ves o sorriso que a chuva deixou durante o dia, nas folhas das roseiras para mim?Repara nesses cristais brancos que invadem o verde, que lindo poema sob a forma de gota desenhaste, tu nestas folhas para mim...
O Beijo tao puro como o mel, com a fragrancia da flor do cafe, chegou perto de mim e anunciou: -Menina aceite este Sentir, venho de longe, mas ao seu encontro no voo de um Flamingo, nas asas de uma Gaivota, nas costas de um Golfinho, atravessando os rios que juntam esta agua toda, trago o melhor beijo que mesmo ja insipido tem a suavidade de um Querubim... Aceite-o, aceite-o, Menina, mesmo assim...
Brotam as flores do verde, puxa toda a natureza, e eu aqui, sempre aqui, agora com mais um beijo mas, na tremula incerteza...

- Vento da outra margem da minha Vida, andas por longe esta Noite! Teras cumprido todas as tarefas que te incumbi... - Ia soltando os pensamentos, ficando apenas com o Sentir... Es um pobre desajeitado, de Amores enfeitiçado, andas sempre enamorado... Perdeste-te de encantos pela Lua?
O Vento que abandonas este canto, leva o meu quebranto para as ondas do outro Ser, toma conta de mim esta Noite, embala-me com cuidado, diz-me segredos ao ouvido, deixa-me nos teus braços adormecer,

quarta-feira, julho 18, 2007

A musica do piano...

A Noite quando me deito, o piano começa a tocar, embala de sonhos o meu Sentir que teima todas noites em sonhar... A Noite leva o meu pensamento nas maos do Vento, inicia-se uma dança sem par, e a triste dança de quem no coraçao tem Rosas, Jasmim, luz, mas nao tem o verdadeiro Amar... Quando toco cada tecla, o mesmo tom me recorda que Sou a que na Alma nao tem paz, so sonhos, so vazio, so branco, so ausencia, por tanto Amar... Danço a dança do Sonho, pairo como Gaivota sobre o mar, mas todos os dias este vazio, este silencio me vem visitar. Triste visita que me deixas mais carente, triste sina que me fez ser tao diferente? Lanço petalas ao mar que parece rejeitar nas ondas de um querer que nao sabe Ser e tao somente Amar... Amo as pedras da calçada porque elas murmuram encantos quando vou a passar, amo os lirios do campo porque os meus olhos fazem encantar, mas tu velho piano porque nao tocas uma musica que me ajude a encontrar quem de mim possa gostar, porque os meus dedos quando sentem as teclas, de ti me fazem lembrar e quando acordo nao vejo o que anseio ver e nao encontro esta sede do prazer... Calice esbeirado de sonhos, a espera de ser reparado, livro aberto num momento secreto, mensagens que este piano toca, de animo leve... Sopro de Vento quente, humida terra, unam forças e deixem-me Sonhar, talvez seja esta a Noite, que o piano me apresente uma melodia diferente e me entregue nas maos de quem de modo tao singular, peculiarmente, carente me possa Amar,
Tres velas coloco nas teclas do piano, para iluminar a tua chegada, agora fecho os olhos e imagino os sonhos que me oferece a branca almofada, nuvem de Sentimentos,

terça-feira, julho 17, 2007

De Branco visto o Sentir.

"O amor por uma pessoa deve incluir os corvos dos seus telhados, porque uma bela flor e incompleta sem as suas folhas."
Proverbio Japones
A Noite traz consigo o Silencio, a mascara branca que me cobre o rosto durante o dia, penetra agora no meu coraçao, orgao maximo do meu Ser, a cor imaculada da luz, uma luz para alem da propria luz, guia que me conduz a porta do templo dos Sonhos... Quanta magia no ar! O que o olhar nao pode ver durante o dia, ve o coraçao nesta vasta imensidao da viuva noite...
Contrario os astros e atravesso nuvens brancas, sinto cada nuvem como a espuma das ondas do mais puro Sentir! Imaculada sensaçao, doces asas de Gaivota que me conduzem pela Terra da emoçao... Um Passaro quando sente tem de voar e no escuro da Noite, de branco vestir os Sonhos e visitar as alvas montanhas que o fazem encantar, es Passaro em busca do mais nobre sentimento,
Cada petala da delicada e branca flor e o toque macio e puro de um coraçao feminino que sangra sentimentos de Amor... Liberta-se na Noite o aroma do Jasmim, desejo de abraçar o Sonho, que todos pensam ser insipido mas que me faz Sentir,

O meu Sonho, encontrar nas maos do autor da estatua de marfim que desenhou o Amor e nao o fez, nas ondas do Vento chegar ate mim,...

segunda-feira, julho 16, 2007

A tenue linha do Branco.

"A verdadeira comunicaçao encontra-se para la das palavras... As ruinas e os lugares abandonados sao muitas vezes espelhos onde se reflectem certas partes de nos... Porque basta o seu espaço vazio para falar."
Elogio do Silencio, Marc de Smedt
Com a cabeça na almofada, deito o meu olhar e viajo com o coraçao pelos caminhos do vazio, trilhos de encanto que me ensinam a modelar o Ser... Gosto do branco porque ha nele contemplaçao, ha silencio e carinho, perfume de pagina vazia que pede autor, devolve-me as terras do sopro do Vento, de onde emana o Amor... O Amor e um vazio, uma pagina em branco, sopro de um vento do Norte, qual Boreas capaz de sacudir a poeira e conduzir-nos ao outro lado do rio... Vivemos imersos nesse caudal confuso que perturba o Ser Humano, sem apreciar a beleza do branco, imaculado olhar, tenue linha, sorriso sincero, sentimentos profundos retratados na imensidao branca de cada alva petala da Hidrangea do Amor... Com a cabeça na almofada vou ao encontro do Sonho e solto o eco de quem sente neve, flocos de neve que incitam a Sentir, um gelo que pede presença, um frio que necessita de aconchego, um carinho no meu rosto palido, rosto de actriz da Vida, prefacio de um autor... Viajo na Noite, sou Anjo que povoa o teu Sentir, voo ate onde os passaros nao chegam, mensagem pura de verdadeiro existir, nunca deixes um passaro do seu voo, leito do Sonho, sair...

quinta-feira, julho 12, 2007

Vulcao de Sentimentos

Vives nas plumas do teu Ser...Quanta Beleza esconde essa venda no teu olhar, tens labios de mel que so o sonho pode tocar, nas maos a abertura para a magia do Sentir, seguras as nuvens e so uma gota de Amor puro deixas por terra cair... Esse lençol de magia que te cobre um dia sera apenas farrapos de um Anjo que na terra apareceu, para me indicar o caminho da felicidade, fazer das magoas aprendizagem, experiencia que conduz ao ceu... Do outro lado do tempo, la longe, nas nuvens cinzentas ha um espaço so meu,
nos labios um sorriso, na areia, graos do tempo, deixo pegadas que sao augurios de quem ja muito caminhou, lenda de uma menina que pelo Sonho enveredou... Sonhos, sao o tecido branco que me cobre, cetim que me faz mulher...Rendas delicadas do mais puro bordado, tatuagens do profundo Sentir... Nos cabelos, as selvagens e sedutoras ondas do que veio e do que ainda ha-de vir... Do lado direito do caminhar, um espelho onde dois mundos quase se tocam pelas maos de duas Gaivotas, tanto desejo de Sentir, estalar esta moldura do tempo, rasgar sentimentos e entrar nessa chama quente, nesse vulcao ardente que esconde o teu Ser... Vulcao dos Sentimentos, chama dos mil tormentos... Tao fragil,

estas so, do outro lado do vidro encontro uma arvore, a tua nudez da flor... Vejo uma fechadura e com um ramo seco de uma Betula peço a um melro que te apazigue a dor, com um pouco do meu Amor... Vejo-te ao longe a sorrir, sinto uma miragem, ponteiros de um relogio que nao para de dizer que o que esta destinado, tera de se cumprir...
"Nao podera ser tudo muito mais simples e a dança ser sempre possivel como atitude?
Maria Jose Costa Felix

quarta-feira, julho 11, 2007

A Noite,

A Noite, quando me tocas nao sinto o teu rosto, nao vejo os teus olhos porque eles nao podem sonhar... Pobre Alma que te escondes no escuro com medo de me enfeitiçar... Sete raspas de laranja, um pauzinho de canela, duas rosas vermelhas aveludadas, folhas de almiscar embrulhadas num lacinho fino de cetim, solto as amarras ao sonho e vejo os aromas que outros nem sentem, chegam ate mim num frenesim... O aconchego das tuas maos faz das ondas o meu leito, suave lençol que, delicadamente, poes sobre mim... Como consegues sentir para alem do tocar, ver para alem do olhar? Tens a magia no Sentir, o Vento que circula a tua volta dança contigo ao luar, enche-te de cores cintilantes e as vezes pingos de mel puro faz do ceu brotar... As nuvens que sobrevoam o teu Ser, adoçam as tuas maos, tocam os teus dedos de mansinho e convidam-nos a bailar e desta musica saem as letras do teu Ser, que ao ler-te me poem nas asas de uma gaivota e me levam para longe de mim... Consta-se que existe uma Rosa que poucos podem Sentir no meio do Oceano, dentro dela ha espaço para uma dança a dois, so ve quem olha com Amor, dois eternos apaixonados que a Valsa lenta da Vida, leva a Ser, Saborear e viver
"Everything that we see can be seen in another way..."

Sandro Del Prete

quinta-feira, julho 05, 2007

Saborear as petalas,

"Para estar junto, nao e preciso estar perto, e sim do lado de dentro." Leonardo Da Vinci
A Vida, esse dom supremo, e um cais, ponto de partida e de chegada, e viagem nas maos do Sonhador que nao teme, que nas maos nao tem leme... O coraçao, teclas de um piano, doce melodia que nele encanta, descalça muitas vezes os pes e coloca petalas para que o Homem as possa pisar ou admirar e ai reside o verdadeiro Sabor da estrada que o Sonhador deve traçar para que os Sonhos, nessa estrada que e a Vida, com os finos dedos da mente possa tocar e levar ao mar...
Saberas que quando o Azul do Ceu tocar o Azul do Mar, tudo acontecera num sublime mas breve pestanejar... Quando o Sol ja nao for uma estrela e as montanhas deixarem de ter neve descerao sobre a terra todas as flores e um manto de cores inundara o teu Coraçao, teras feito das petalas, Rosas do Sentir,

O aroma subtil das Rosas e do Jasmim juntar-se-a ao aroma sensual das Laranjeiras em flor, os teus Desejos ganharao Cor, seras as sepalas das Rosas, ser-te-a dado o dom de escolheres a que mais te encanta... Quando a Lua fugir e o Sol se levantar saberas que na Alegria e na Tristeza a tua Rosa teras de Cuidar... De ti, Sonhador, dependera o seu brilho e encanto, veras a verdadeira Magia da Vida, sentiras um Amor tao quente que nem a Chuva pode apagar...
Viveras num mundo de Rosas em que a Tua tera um especial Sabor, grato te sentiras por ela te pertencer, repara nao vivera ela ja dentro de Ti? Descalça-te e nao temas, faz das Petalas os teus lemas e constataras,


que todo o mundo sera a metafora da Petala esvoaçante, sendo ela mesma a Personificaçao do Sonho, do Desejo que te invade e te faz acreditar que um verdadeiro Guerreiro e aquele que nao tem medo de partir, mas que tambem sabe chegar, Ser, Sentir e quem sabe ficar, nem que seja em alto mar...

quarta-feira, julho 04, 2007

Sente esta Valsa

Homem que flores e frutos esconde o teu Ser? Uma Arvore e um poço de agua pura e cristalina, nao e pertença individual. E um poço de ternura, o poço nunca muda e a agua nunca seca. O Homem do Seculo XXI tem o vazio no Ser e no Sentir. E convidado para beber a agua do poço, mas nao sabe como usa-la! Pobre Alma ao abandono, que nem bicicleta abandonada na pradaria porque o gozo de caminhar descalço e melhor, mais puro e tem mais Sabor.
Sete passos de Dança que esta foto nao alcança, deixo nesta Noite para Ti. E tua a dança, aceita e mergulha neste frio caudal que as emoçoes aquecem...
Fecho os olhos para o mundo e mergulho as minhas emoçoes em sitios que o vulgo olhar nao alcança, solto as minhas paixoes, lentas emoçoes, corpo que ao mar se lança, vem sente esta e a tua Valsa.

terça-feira, julho 03, 2007

Tristeza...

Hoje, sou folha seca, de Platano abandonada a porta da entrada do meu Ser. Tanta pobreza no meu Sentir, ja nao tenho a doce mao do velho Platano para me segurar, guiando-me pelas veredas do Sentir... Uma folha, mesmo gasta pelo tempo tem no limbo recordaçoes guardadas, emoçoes com Sabor, caminhos estreitos de Aromas colhidos pelo tempo. Estou a porta, um cadeado esconde a Beleza da minha Alma... Durante o dia mil borboletas me acompanham num terno frenesim, sao belas e coloridas, surgem como dadivas que o Criador envia para mim e deste doce bater de asas cintilantes eu voo com elas numa valsa lenta de emoçoes, perco-me na fantasia do Universo e por momentos sou feliz...
Quando o dia se apaga, o meu rosto fica palido, a magia vai com as borboletas... Visitarao outros coraçoes? Meliferos seres que me fazem dançar porque nao aparecem durante a Noite para os meus Sonhos de encantos alegrar? O unico brilho, restia de Luz que a Noite me traz e um ramo de Girassois amarelos que teimo em segurar nas maos... Nao serao as maos, uma abertura para o Ser? Dedos finos e macios que prendem ao toque magico da Vida? A Noite sou princesa, guardo Girassois colhidos ao Amanhecer... Vivo para la desse cadeado que a Folha Seca teima em esconder...

Tristeza pode Ser uma Folha seca que esconde um cadeado, entrada para o Templo do Sentir
ou
um conjunto de Girassois amarelos que perdem beleza no Sabor do teu olhar, mesmo se nao estas a Sorrir...